segunda-feira, 27 de junho de 2011

A Herança Cultura da Inquisição Portuguesa

A Inquisição gerou uma série de comportamentos humanos defensivos na população da época, especialmente por ter perdurado na Espanha e em Portugal durante quase 300 anos, ou no mínimo quinze gerações.

Embora a Inquisição tenha terminado há mais de um século, a pergunta que fiz a vários sociólogos, historiadores e psicólogos era se alguns desses comportamentos culturais não poderiam ter-se perpetuado entre nós.

Na maioria, as respostas foram negativas.

Embora alterassem sem dúvida o comportamento da época, nenhum comportamento permanece tanto tempo depois, sem reforço ou estímulo continuado.

Não sou psicólogo nem sociólogo para discordar, mas tenho a impressão de que existem alguns comportamentos estranhos na sociedade brasileira, e que fazem sentido se você os considerar resquícios da era da Inquisição.

Vou dar um exemplo. Como se explica a enorme dificuldade de nossos intelectuais firmarem uma posição pessoal sobre um assunto?

É notória a posição dos intelectuais do PSDB, de estarem sempre "em cima do muro".

Quantos não conhecem a frase "Não sou a favor nem contra, muito pelo contrário", uma expressão coloquial pouco usada em outros países.

Outro. Leia alguns textos de intelectuais e você notará que a maioria sempre cita dezenas de autores, a ideia é sempre do outro ou pelo menos atribuída ao outro.

O que passa por erudição pode ser uma tática de preservação da própria pele.

Numa Inquisição você não vai querer se expor defendendo suas próprias ideias, a saída é sempre atribuí-las a outrem.

Uma das coisas mais difíceis neste país é saber o que se passa na cabeça de um mineiro.

Ou seja, não permitir que alguém pudesse ler sua mente, ou chegar a uma aproximação de suas reais intenções, era uma condição básica de sobrevivência na Inquisição, algo que os mineiros cultivam até hoje.

Nossa Constituição e nossas leis tentam sempre agradar a todos, somos sempre conciliadores, nunca há perdedores, mesmo que isso gere absurdos.

A começar pela Constituição de 1988, que consegue ser de esquerda, de direita e liberal ao mesmo tempo.

Contrariar alguém na época da Inquisição era contrair um potencial inimigo ou incentivar uma denúncia anônima.

Nada me deprime mais do que uma pessoa humilde que me presta um serviço se despedir com a frase "Desculpe qualquer coisa".

Por que alguém iria se desculpar por ter feito algo que ele nem mesmo sabe o que poderia ser?

Uma forma de se proteger de alguma denúncia posterior à Inquisição.

Fernando Henrique Cardoso, em seu livro O Presidente Segundo o Sociólogo, define a imprensa brasileira como extremamente atenta ao deslize.

Se um presidente anunciar o fim da pobreza no Brasil, segundo FHC, e no meio do discurso caírem seus óculos, a manchete e a foto de primeira página serão sobre a queda dos óculos, e não sobre o fim da pobreza.

O deslize era talvez o maior perigo de um português na época.

Era justamente disso que a Inquisição ficava à procura. Se um português mencionasse que havia tomado banho na sexta, isso poderia ser considerado indício de que se tratava de um cristão-novo.

Todo português precisava se policiar diariamente.

É essa preocupação com o deslize e a consistência interna do discurso coloquial que explica a maioria de nossas piadas de portugueses, em que rimos de sua lógica extremamente rígida e hermética.

Por exemplo, saindo de um hotel em Portugal às 5 da tarde, eu perguntei ao porteiro a que horas costumava escurecer naquela época do ano.

O porteiro olhou para mim em pânico, provavelmente querendo decifrar o significado da pergunta capciosa que eu havia feito.

Ficou minutos tentando achar uma resposta que não o comprometesse de nenhuma forma, uma resposta que não pudesse ser subjetiva, revelando o mais íntimo do seu ser, mas uma resposta calcada na lógica cristalina, pelo racional mais cartesiano possível.

Finalmente achou a resposta, sorriu e me disse: "Mas, meu senhor, aqui não escurece. Aqui em Portugal nós temos luz elétrica".

Coloco a questão mais como uma hipótese a pesquisar, a de que nosso comportamento não foi determinado exclusivamente pelo índio, pelo negro nem pelo europeu, mas que uma boa parte foi moldada pelos quase 300 anos de Inquisição.

Fonte: Stephen Kanitz

segunda-feira, 20 de junho de 2011

De quem é possível tirar ainda mais imposto?

Parece que esse dialogo aconteceu em um lugar que conheço bem...

Diálogo entre Colbert e Mazarino durante o reinado de Luís XIV, extraído de Diálogos de Estado

Jean Baptiste Colbert - ministro de estado de Luis XIV (Reims, 29 de Agosto de 1619 - Paris, 06 de Setembro de 1683)

Jules Mazarino - nascido na Itália, foi cardeal e primeiro ministro da França (Pescina, 14 de julho de 1602 - 9 de março de 1661)

Colbert:
- Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar (o contribuinte) já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar, quando já se está endividado até ao pescoço...

Mazarino:
- Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado... o Estado, esse é diferente! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!

Colbert:
- Ah, sim? O Senhor acha isso mesmo? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criámos todos os impostos imagináveis?

Mazarino:
- Criam-se outros.

Colbert:
- Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.

Mazarino:
- Sim, é impossível.

Colbert:
- E, então, os ricos?

Mazarino:
- Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.

Colbert:
- Então, como havemos de fazer?

Mazarino:
- Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente!
Há uma quantidade enorme de gente situada entre os ricos e os pobres: os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos, mais eles trabalharão para compensarem
o que lhes tiramos. É um reservatório inesgotável!

História que circula pela internet.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Plano de saúde é prioridade para brasileiros.

São Paulo – Uma pesquisa encomendada pelo Instituto de Saúde Suplementar, conduzida pelo Instituto Datafolha, revela que o desejo de ter en mãos uma carteirinha de plano de saúde é prioridade para brasileiros. A contratação de serviços de saúde é desejo que fica atrás apenas da vontade de ter uma casa própria. Para chegar aos números, o Datafolha ouviu cerca de 3.200 pessoas, nas regiões metropolitanas das maiores capitais do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Brasília e Manaus.
Além de verificar quem tem intenção de contratar um plano de saúde, a pesquisa também revela que os brasileiros estão bem satisfeitos com os planos de saúde contratados. Segundo os números, 80% das pessoas ouvidas pelo Datafolha avaliaram positivamente os respectivos planos e revelaram que não tem desejo de mudar de operadora nem de abrir mão do serviço.

Quanto a qualidade no atendimento, a agilidade na marcação de consultas ou exames, estes também foram bem avaliados por quase 80% das pessoas ouvidas pelo Datafolha. Porcentagem um pouco maior, 86% dos entrevistados, elogiaram o atendimento nas consultas, assim como durante a realização de exames. Na avaliadção da agilidade para a aprovação de procedimentos médicos, quase todos entrevistados, 95% deles, informaram que receberam autorização para procedimentos médicos no último ano.

Quando o assunto é acessibilidade aos serviços de saúde suplementar, os números mostram que 65% dos trabalhadores assalariados têm um plano de saúde. Um número que cai ainda mais quando se fala em trabalhadores informais. Neste caso, apenas 25% das pessoas sem vínculos trabalhistas contam com um serviço particular de plano de saúde.

Fonte: http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/saude/noticias/plano-de-saude-e-prioridade-para-brasileiros

terça-feira, 14 de junho de 2011

Cresce a inadiplencia do consumidor.

A inadimplência do consumidor cresceu 8,2% em maio na comparação com o mês anterior. De acordo com a empresa de consultoria Serasa Experian, a principal razão para essa alta é a inadimplência com os bancos, que contribuiu com 55% de toda a variação mensal.

Segundo os economistas da Serasa, a elevação dos juros e as medidas de restrição ao crédito para o controle da inflação contribuíram para o aumento da inadimplência do consumidor. Outros fatores responsáveis pelo crescimento das dívidas foram os gastos acima da capacidade de pagamento com os presentes do Dia das Mães e o maior número de dias úteis em maio.

Em comparação ao mesmo mês do ano passado, a inadimplência cresceu 21,7%. No acumulado do ano, de janeiro a maio, foi registrado aumento de 20,6% em relação a igual período do ano passado, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor.

Nos cinco primeiros meses deste ano, o valor médio dos cheques sem fundo cresceu 6,7% em comparação ao do mesmo período de 2010. Os títulos protestados também tiveram alta, de 10,2%. Já as dívidas com os bancos e não bancárias, tais como cartões de crédito e com prestadoras de serviços como telefonia e energia elétrica, apresentaram queda de 3,8% e 19,8%, respectivamente.