segunda-feira, 31 de julho de 2017

Atenção! Isto é proibido! Caixa é acusada de exigir contratação de seguro para saque do FGTS.

Atenção! Isto é proibido!
Caixa é acusada de exigir contratação de seguro para saque do FGTS.



Para algumas pessoas, sacar as contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo do Tempo de Serviço (FGTS) se tornou uma dor de cabeça. Isso porque, segundo os próprios trabalhadores, atendentes da Caixa Econômica Federal informaram que o direito só seria liberado após a abertura de uma conta poupança ou a contratação de um plano de previdência privada ou um seguro de vida.

Exigir a contratação de produtos para liberar o FGTS, no entanto, é considerada venda casada, prática proibida pelo Código de Defesa do Consumidor e combatida pelos órgãos de defesa dos consumidores.

Com a palavra, a Caixa
Procurada pela Revista Apólice, a Caixa declarou, em nota, que os casos relatados não coincidem com a política de atendimento do banco e que não vincula ou condiciona, sob nenhuma hipótese, a liberação dos recursos da conta vinculada do Fundo de garantia por Tempo de Serviço à aquisição de outros serviços ou produtos financeiros.

“A Caixa tem foco constante na qualidade do atendimento aos seus clientes e por isso investe continuamente em treinamento e capacitação de pessoal. Os clientes que, eventualmente, tenham passado por situações semelhantes devem se dirigir à gerência da unidade”, afirmou no documento.

Saque prorrogado
Os saques das contas inativas do FGTS terminam na próxima segunda-feira (31), mas foram prorrogados até 31 de dezembro de 2018 para quem comprovar que não pode comparecer pessoalmente na agência até a data limite. O decreto foi assinado ontem (26) pelo presidente da República, Michel Temer.

O Planalto citou doentes graves e presos como exemplo de pessoas que poderão comprovar a impossibilidade de ter retirado o dinheiro das contas inativas. A justificativa terá de ser feita junto à Caixa Econômica Federal, que deve definir um novo calendário para os saques com base no novo prazo.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Professor torna 'terra do urubu' referência em educação financeira.


Uruburetama fica a 115 km de Fortaleza, capital do Ceará. A cidade, cercada por serras, recebeu esse nome por causa da quantidade de urubus que sobrevoavam a caatinga para se alimentar de animais mortos. A economia local gira em torno do cultivo de banana, de uma cooperativa de castanha e da indústria de calçados.

Nos últimos três anos, o município, de 21 mil habitantes, foi o destino de alguns dos prêmios mais importantes de educação financeira do país. E o responsável pelo feito é o professor de português Fabiano Silva Ferreira, 33.

Fabiano conquistou um prêmio da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e coordenou o trabalho de alunos que venceram dois outros concursos da autarquia. Vídeos falavam sobre como guardar dinheiro para o futuro, evitar gastos desnecessários e começar a investir.

Os estudantes desbancaram trabalhos de cidades maiores e que ostentam indicadores socioeconômicos melhores.

Uruburetama é o 35º município do Ceará no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal elaborado pelo IBGE em 2010. A cidade recebeu a mesma nota de Ribeirão Branco, a de pior colocação em São Paulo.

Caçula de dez filhos, Fabiano foi o único da família a se formar em uma universidade. Os pais são agricultores analfabetos, e a maioria dos irmãos não concluiu o ensino médio. Para cursar a faculdade, ele contou com a ajuda de uma associação italiana que arcava com parte da mensalidade.

ANOTAR NA CADERNETA
O desafio de se graduar só não foi maior do que o de ensinar educação financeira na cidade. Em Uruburetama, ainda é comum comprar em comércios e anotar os gastos em caderneta, diz.

"As pessoas não têm controle financeiro, elas ficam altamente endividadas", diz.

"Mães que trabalham na fábrica de calçados, ganham um salário mínimo e pagam R$ 500 de aluguel compram sapato de R$ 400 para o filho, sendo que a pessoa tem que almoçar, jantar e comprar outras coisas para sobrevivência", afirma.

Fabiano começou a falar de finanças aos alunos antes de saber dos concursos da CVM. Tratava de temas como crédito, conta-corrente e investimentos quando soube do prêmio. "Fiquei com medo de trabalhar um tema que não domino. Estudei e essa experiência me fez crescer como pessoa", afirma.

Ao sugerir às turmas que participassem do concurso, foi recebido com descrença. "Eles tinham a ideia de que pessoas do interior não ganhavam esses concursos. Somos do interior, mas temos oportunidade de concorrer sim", afirma.