Se não esta, saiba que você não esta sozinho e sim junto com
73% dos consumidores.
Sete em cada dez brasileiros não conseguiram guardar
dinheiro
Entre os poupadores, 51% tiveram de resgatar ao menos parte
de seus recursos para pagar dívidas, contas da casa ou gastos extras
O brasileiro segue enfrentando dificuldades para terminar o
mês com sobras de dinheiro. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC
Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelam
que 73% dos consumidores não conseguiram guardar nenhuma parte de
seus rendimentos no último mês de agosto. A pesquisa ouviu consumidores em
todos nos estados. Apenas 20% dos entrevistados foram capazes de poupar ao
menos parte do salário que recebem. Entre os consumidores das classes C, D e E,
o índice é ainda menor e cai para 15% das pessoas consultadas. Nas classes A e
B, a proporção de poupadores cresce para 36%, mas ainda assim, é a minoria.
De acordo com o indicador do SPC Brasil, o número de poupadores tem se mantido
estável em um baixo patamar nos últimos meses. Em julho, o percentual de
poupadores havia sido de 19% e em junho, de 21%. Entre os que conseguiram
poupar no último mês de agosto e se recordam do valor, a média dos
recursos guardados foi de R$ 516.
Entre os brasileiros que não pouparam nenhum
centavo, 49% justificam receber uma renda muito baixa, o que inviabiliza
ter sobras no fim do mês. A falta de renda, em meio a um cenário de desemprego,
também pesa, sendo mencionada por 17% desses entrevistados. Há ainda 15% de
consumidores que disseram ter enfrentado imprevistos e 12% que reconhecem ter
dificuldades para controlar gastos e manter a disciplina de poupança. “Mesmo
que não se poupe grandes quantias, o hábito de guardar dinheiro ajuda o
consumidor a não extrapolar os ganhos e manter um maior controle de suas
finanças. Mais importante do que o valor que se guarda, é a regularidade com
que se faz a poupança”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela
Kawauti.
Segundo o indicador, o principal propósito para aqueles que
têm como hábito poupar, é a proteção contra imprevistos, mencionada
por 36% dos entrevistados. Em seguida, aparece a intenção de garantir um
futuro melhor para a família (25%), se prevenir caso fiquem desempregados (25%)
e a realização de algum sonho de consumo (20%). Já a aposentadoria foi lembrada
por apenas 11% desses poupadores.
Outro dado que o levantamento mostra é que mais da metade (51%) dos
brasileiros que possuem reserva financeira tiveram de sacar ao menos parte
desses recursos no último mês, sendo que para 13% a necessidade foi ter de
pagar alguma dívida, 12% para pagar contas básicas da casa e 11% para cobrir
despesas extras. “Cada reserva deve ter uma finalidade. Ela pode ser para
imprevistos, para conquistar um sonho ou para aposentadoria. O ideal é que não
se misture esses recursos e que só se faça o resgate no período adequado”,
explica a economista do SPC Brasil.
Mesmo entre os poupadores, o levantamento descobriu que há falta conhecimento
sobre opções mais rentáveis de investimento. A maioria (62%) desses
entrevistados recorre a velha caderneta de poupança para guardar seus
recursos. Outros 19% deixam o dinheiro guardado na própria casa. Em seguida,
aparecem de forma mais pulverizada os fundos de investimento (9%), previdência
privada (7%), tesouro direto (7%), CDBs (5%) e ações em bolsas (4%). “A
preferência majoritária pela poupança ou por guardar dinheiro na própria casa
demonstra que até mesmo entre aqueles que têm o hábito de guardar dinheiro, há
inércia na busca de informação de modalidades disponíveis e cuidado em buscar
aplicações adequadas para cada tipo de objetivo financeiro”, afirma a
economista Marcela Kawauti.
A poupança também acaba sendo o destino mais usual para os recursos financeiros
porque é a modalidade mais conhecida dos investidores: 75% dos que não se
utilizam dela pelo menos já ouviram falar a seu respeito. No caso da
previdência privada, 49% já ouviram falar nessa modalidade. Outras opções que
são conhecidas apenas pela minoria dos consumidores são os fundos de
investimento (36%), ações (35%), CDBs (25%) e tesouro direto (24%).