sexta-feira, 31 de julho de 2015

Consumidores não querem se endividar nos próximos três meses.

O Índice de Intenção de Financiamento dos consumidores paulistanos recuou 21,1% em julho na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação a junho desse ano, a queda foi de 13,1%, de acordo com a Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Com 18,3 pontos, o indicador permaneceu abaixo da média histórica (23,8 pontos). 
A pesquisa mostra ainda que 90% dos consumidores da capital e região metropolitana não têm intenção de adquirir novas dívidas nos próximos meses, enquanto apenas 8,3% pretendem contrair financiamento nos próximos três meses, o menor valor da série histórica iniciada em junho de 2012.
Para a assessoria econômica da Federação, com o aumento das restrições bancárias e com a alta do desemprego, as famílias seguem ainda mais cautelosas em relação ao endividamento, o que influencia diretamente nas compras a prazo, especialmente para a aquisição de bens duráveis, de viagens e de lazer em geral. Com esse cenário, a utilização de recursos da poupança e das aplicações tem sido a principal saída para os consumidores liquidarem suas dívidas.
Em julho, o índice de segurança de crédito caiu 2,2%, em relação ao mês anterior, 1,5% no comparativo anual e registrou 82,5 pontos. O grupo dos não endividados que, até então, havia apresentado recuperação, sofreu queda e passou de 104,5 em junho para 99,8 pontos em julho. No mesmo período de julho de 2014 o indicador havia registrado 102,5 pontos.
Em contrapartida, o indicador de segurança de crédito de endividados aumentou de 66,3 pontos em junho para 67,8 pontos em julho. No mesmo mês do ano passado o índice era de 64,9 pontos.
A FecomercioSP reforça o alerta sobre a tendência do aumento do desemprego, da inadimplência e dos juros neste segundo semestre, além das dificuldades para os que necessitam da aquisição de crédito, uma vez que há maior seletividade dos bancos e aumento de juros.
Seguindo o resultado dos últimos meses, a poupança permanece como a primeira opção para as famílias que possuem aplicações, com 69,4% (sete entre 10 paulistanos ainda apostam no modelo). Em segundo lugar está a renda fixa, com 16,4%; previdência privada, com 6,2%; outras aplicações, com 5%; e ações, com 3%.
Fonte: IN


quinta-feira, 30 de julho de 2015

Pessimismo dos brasileiros em relação à economia.

Os brasileiros estão entre os quatro públicos mais insatisfeitos com o estado da economia, entre 40 economias pesquisadas pelo Pew Research Center: 87% dos brasileiros dizem que a economia anda mal. O que impressiona na pesquisa é que até os venezuelanos estão menos pessimistas: 83% dizem que a economia vai mal, o que é compreensível quando o setor privado calcula algo em torno de 120% de inflação para este ano e o governo não mostra os dados.

Fonte: Germano Rigotto
http://germanorigotto.com.br/index.php/2015/07/pessimismo-dos-brasileiros-em-relacao-economia/


quarta-feira, 29 de julho de 2015

Inadimplentes mais velhos.

Quando o SPC Brasil e a CNDL analisam o número de dívidas por faixa etária do devedor, observa-se uma queda expressiva de 8,75% na faixa etária de 18 a 24 anos e, em contrapartida, um crescimento de 9,07% na faixa de 85 a 94 anos, na comparação anual. “Essa é uma tendência observada há meses, de crescimento acima da média no número de dívidas entre consumidores em idade mais avançada e diminuição dos números entre consumidores mais jovens”, alerta Kawauti.
Essa diferença entre as faixas etárias também aparece no indicador de devedores: o indicador anual revela queda de 10,69% do número de devedores mais jovens (18 a 24 anos) e aumento acima da média, de 9,47% do número de devedores mais velhos (85 a 94 anos).

A maior parte das dívidas, porém, se mantém concentrada na faixa etária de 30 a 39 anos, representando 29,13% do total, seguida pela categoria de 40 a 49 anos, com 20,15%. ”Uma das razões para essa grande participação é que nesta fase da vida os gastos como a compra de imóveis, carros e despesas com os filhos são bastante consideráveis. Esses gastos já não aparecem de forma tão intensa em faixas de idade mais jovens e mais velhas”, justifica a economista.
Fonte: Economia SC


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Inflação e reajustes de tarifas públicas engolem salário da nova classe C.

Jovens enfrentam cenário bastante desfavorável pela primeira vez; gastos básicos chegam a responder por 80% dos ganhos.

O cenário de crédito escasso, inflação alta e reajustes significativos em tarifas públicas – como água e energia elétrica – vem mudando o estilo de vida da classe C. Acostumada a consumir em condições opostas às citadas, o que os fez subirem de patamar principalmente no período entre 2008 e 2010, a nova classe média agora se vê obrigada a pisar forte no freio.
Os dados que mostram uma economia débil fazem desta crise a mais grave desde que a classe C (famílias com renda familiar de até R$ 2,9 mil) passou a ser reconhecida. Por conta disso, a adaptação às reduções nos custos vem sendo mais penosa para os mais jovens, que começaram a ter de arcar com as despesas mais recentemente.
“Quem viveu a crise em 2008 já tem um histórico que possibilita aprender a se virar com mais facilidade. Hoje, quem está sentindo a crise com uma força muito maior são os jovens, mas eles também já estão aprendendo a lidar com a redução de custos e buscando fontes alternativas de renda”, explica o presidente do Data Popular, Renato Meirelles.
Um exemplo da mudança de hábito é Júlia Mariano, de 27 anos. Moradora de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, ela é cabelereira, mora com a única filha pequena e toca com o irmão um pequeno salão de beleza ao lado de casa. No entanto, sentindo os efeitos principalmente dos reajustes nas contas de água e energia elétrica, ela deixou a exclusividade do seu empreendimento e passou a fazer serviços avulsos para complementar a renda. “Só o salão não dá. Às vezes, quando aparece durante a semana, eu faço bicos de diarista”, contou.
Para Júlia, os reflexos da queda de 5% na massa de rendimento real do trabalhador nos últimos 12 meses vieram na forma das contas de água, luz e de supermercado. Com os seguidos reajustes nas tarifas, algumas contas chegaram a dobrar de valor. Como resultado, atualmente cerca de 80% de sua renda mensal é destinada para pagar despesas básicas, incluindo alimentação, e gastos pontuais com roupas. “Antigamente eu ia ao mercado com R$ 60 e comprava muita coisa. Hoje em dia, eu vou com R$ 200 e ainda falta”, diz. Além do aumento das despesas, Júlia passou a ter dois novos hábitos: muita pesquisa e mais pechincha.
O encolhimento do poder de compra da nova classe média e a maior consciência do consumidor refletem no resultado do comércio, que já fecha o quarto mês consecutivo em queda e apresenta retração de 4,5% na comparação de maio deste ano com o mesmo mês do ano passado, segundo o IBGE.
O segmento que puxou a nova baixa foi justamente a dos principais bens consumidos em exaustão pela chamada nova classe média no histórico recente. A última Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) mostrou uma queda recorde (-18,5%) para o mês na compra de móveis e eletrodomésticos. Até então, o pior fluxo de vendas da série histórica tinha sido em 2003 (-10,7%).
“A diminuição da renda e do crédito foram os principais fatores da queda, que tem um histórico positivo de vendas no período”, explica a gerente de Serviços e Comércio do IBGE, Juliana Vasconcellos. O feriado do Dia das Mães, lembra, não foi suficiente para garantir crescimento do setor.
Além disso, a pesquisa mostrou retração de 2,1% no volume de vendas do segmento de supermercados e produtos alimentícios. “Esse [segmento] é outro que serve como exemplo do forte impacto no poder de compra das famílias de menor renda”, diz a especialista.

Força de consumo que faz falta
Para pessoas como Júlia, idas ao shopping e ao supermercado ficaram mais criteriosas em função da pesquisa de preços, mas também são agora uma prática mais rara. Segundo estudo divulgado no início do mês pela Kantar Worldpanel Brazil, a classe C está indo duas vezes menos ao chamado "ponto de venda" (PDV) e reduziu o volume de consumo em 10% na comparação entre os primeiros trimestres deste ano e de 2014. Representando mais da metade da população brasileira, ela é a principal força responsável pela desaceleração do consumo. “Um impacto menor na Classe C, em comparação com outras classes, é mais representativo para a economia”, explica a diretora de contas do grupo, Aurélia Vicente.
Vão menos às compras, pechincham cada vez mais. No entanto, estão gastando um pouco mais – 1% ainda de acordo com o estudo. “O aumento nos gastos se deve exclusivamente pela alta de preços, que impacta mesmo com a redução no volume de compras e na frequência de ida [ao PDV]”, completa a especialista.


Fonte: Brasil Econômico
http://economia.ig.com.br/2015-07-24/inflacao-e-reajustes-de-tarifas