terça-feira, 30 de junho de 2015

Projeto “Mercado Financeiro” investiga a economia contemporânea e o mercado financeiro.


Normalmente camuflada em números, siglas e operações matemáticas misteriosas, a Economia parece muito distante do dia a dia dos jovens. No entanto, mais do que nunca, eles são direta e indiretamente afetados pelas mudanças econômicas, na medida em que o dinheiro intermedeia muitas das relações sociais atuais.
Mariana Abreu, aluna do 9º ano do Oswald, está pagando todas as parcelas da compra de seu novo celular. Sem receber mesada de seus pais, toda vez que ela quer comprar algo, há um planejamento financeiro que inclui economizar a renda que recebe. “Quando sei que vou precisar fazer uma compra, também sei que vou precisar me virar para isso”, conta Mariana, que já vendeu alguns de seus livros para pagar as parcelas do celular.
Economia jovem  
Pensando em aproximar o universo financeiro à linguagem e ao entendimento dos adolescentes, os professores de Matemática e Geografia do 9º ano do Ensino Fundamental decidiram desenvolver um trabalho em conjunto: o Projeto Mercado Financeiro. Realizado no decorrer do segundo trimestre letivo, o tema tem abordagens complementares nas duas disciplinas. “Para investigar a economia de nosso tempo, o aluno precisa ter noções tanto de matemática financeira quanto de mudanças nas relações econômicas em um momento de globalização”, afirma Vânia Luz, professora de Matemática e uma das idealizadoras do projeto, ao lado de Silvio Tambara e Arthur Medeiros.


No início do trabalho, os professores formaram oito grupos, que receberam temas específicos para pesquisa – dentre eles, “Consumismo: como os jovens lidam com o dinheiro”. O grupo de Mariana investigou “Bolsa de Valores, Mercados Futuros e Fundos de Investimentos”. “O mais legal foi entender que quando eu invisto dinheiro, não vou ter um retorno rápido, e acho que entender isso é bom porque a gente acha que tudo tem que acontecer ‘pra ontem’”, diz a aluna.
Aluno-professor
Para cada tema, os grupos responderam a algumas perguntas e, com base nelas, elaboraram uma apostila com textos explicativos. Também fez parte desse processo a preparação de uma apresentação para os colegas. No final do projeto, previsto para o mês de agosto, os textos estarão reunidos em um único volume, para que todos os alunos possam ter acesso aos trabalhos de todos os grupos.
Como complementação do projeto Mercado Financeiro, os alunos do 9º ano foram convidados para a palestra “Juros, poupança, mercado de capitais e matemática financeira”, com Leonardo Pagano, consultor de empresas e professor universitário da FGV, PUC-SP e INSPER.


Durante o projeto, o estudante Mathias Rondet trabalhou com o tema “Matemática Financeira” e, poucos dias antes da palestra, havia apresentado o conteúdo para seus colegas de sala. “Foi uma forma de todo mundo estar por dentro do que seria falado na palestra e, assim, poder participar mais”, conta. Ele conta que a vinda de um profissional de fora da escola para debater o que eles estão estudando aproximou os alunos de assuntos que antes pareciam intangíveis.


Fonte: Blog Estadão


segunda-feira, 29 de junho de 2015

TST afasta penhora sobre plano de previdência privada para pagamento de dívida trabalhista.


A SDI-2 equiparou os planos de previdência privada, para fins de impenhorabilidade absoluta.
A Subseção II Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho cancelou a penhora sobre valores depositados em plano de previdência privada de um sócio da Dow Right Consultoria em RH Ltda., que haviam sido bloqueados para o pagamento de verbas trabalhistas devidas a um empregado da empresa.
A liminar obtida pelo sócio em mandado de segurança havia sido cassada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP), que restabeleceu a penhora. Segundo a decisão regional, não havia fundamento de fato ou de direito para que se preservasse a aplicação financeira mais do que o salário da ex-empregada. Para o TRT, a previdência privada constitui complemento de renda, e não pode se sobrepor ao crédito trabalhista, de caráter alimentar.
Ao examinar o recurso ordinário do sócio, que pedia a liberação da verba bloqueada sustentando a impenhorabilidade absoluta do plano de previdência privada, a relatora, ministra Maria Helena Mallmann, observou que o inciso IV do artigo 649 do Código de Processo Civil (CPC) considera impenhoráveis os vencimentos, soldos, remunerações, pensões ou quantias destinadas ao sustento do devedor e de sua família. No mesmo sentido, a jurisprudência do TST (Orientação Jurisprudencial 153 da SDI-2) vem concedendo a segurança para sustar esse tipo de bloqueio.
A ministra esclareceu que o inciso VI do mesmo artigo do CPC, por sua vez, assegura impenhorabilidade ao seguro de vida, que visa à garantia de renda razoável no futuro, e não pode também, por isso, ser equiparado a aplicações financeiras comuns. "Equiparar planos de previdência privada, para fins de impenhorabilidade absoluta, com proventos de aposentadoria, salários e seguro de vida prima pela observância do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, uma vez que a verba também possui o caráter de subsistência do devedor", afirmou. A relatora avaliou ainda que a quantia depositada, pouco mais de R$ 51 mil, não é exorbitante o suficiente para caracterizar fraude do devedor.
A decisão foi por unanimidade e já transitou em julgado.
Fonte: Maxpress


sexta-feira, 26 de junho de 2015

A Geração Y economiza mais e tem menos dívidas do que a geração X (anterior na mesma idade).


No fim do mês, quando o salário da estudante de contabilidade Renata Borges, de 20 anos, cai na sua conta, parte do dinheiro já tem destino certo: a poupança. Rigorosamente 33% do que ela ganha como recepcionista na universidade em que estuda, em São Paulo, é transferido para o cofrinho. A estudante mora com os pais e tem bolsa na faculdade. “Acho que esse é um momento legal para juntar dinheiro, porque ainda não temos muitas contas para pagar”, ela diz.
Renata não está sozinha: um estudo feito nos Estados Unidos pelo banco Wells Fargo mostrou que a geração Y, formada por pessoas que têm entre 18 e 31 anos, tem uma poupança em média 50% maior do que a geração X tinha na mesma idade.

Os números fazem cair por terra a tese de que os jovens nascidos a partir dos anos 1980 são especialmente consumistas (tese que, aliás, certamente foi desenvolvida por alguém que nasceu bem antes disso). Uma outra pesquisa, realizada pela Federação Americana do Consumidor (CFA), constatou que a proporção de pessoas dessa faixa etária que fazem planejamento financeiro passou de 43% para 47%. “Apenas uma pequena parcela poderia ser caracterizada como irresponsável”, diz Stephen Brobeck, diretor executivo da CFA.
Nos Estados Unidos, a necessidade de fazer o pé de meia foi despertada pela crise econômica de 2008. “Os jovens foram expostos a uma série de choques econômicos drásticos em um curto período, resultando em mais preocupação e aversão ao risco”, diz Victor Ricciardi, professor de finanças do Goucher College, em Baltimore, e coeditor do livro Investor Behavior: The Psychology of Financial Planning and Investing (“Comportamento de investidor: A psicologia do planejamento financeiro e de investimentos”, sem edição no Brasil). Em uma pesquisa do Bank of America divulgada em abril, oito em cada dez jovens disseram que a recessão lhes ensinou a importância de economizar para o futuro.
Por aqui, o momento difícil da economia também já começa a assustar: a taxa de desemprego chegou a 6,2% em março — pior índice desde 2011 —, e o rendimento médio dos brasileiros caiu de R$ 2.200,85 para R$ 2.134,60 entre 2014 e 2015.
A dentista Thamiris Peretta, 23 anos, tem optado por deixar 30% do salário na poupança e resistido a qualquer outro tipo de investimento, tudo por medo da crise. “Mas penso em colocar o dinheiro para girar no futuro, quando as coisas estiverem mais calmas”, ela diz. “O mercado coloca muita pressão no jovem para que ele compre a todo momento. Tem que ter um celular novo, uma calça nova, um carro bom. Não dá para acompanhar.”
QUEM SABE SABE
Em 2014, os brasileiros de 18 a 24 anos tiveram desempenho fraco no Indicador de Educação Financeira (IndEF) da Serasa Experian. O grupo registrou queda na pontuação de 5,9 para 5,8 em uma escala de 0 a 10 (a média nacional foi só um pouco mais alta: 6). Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), diz que os jovens têm acesso a muita informação na internet, mas sem uma estrutura organizada. “Precisa existir método”, afirma o especialista.
Ele defende que o primeiro passo para guardar dinheiro é parar e registrar para onde está indo cada centavo. Em seguida, deve-se esquematizar objetivos de curto, médio e longo prazo. A economia deve ser feita para cada uma dessas categorias de forma separada, ao mesmo tempo. Parece difícil? Depois de pouco tempo vira hábito. Foi o que aconteceu com o engenheiro Tiago Prata, 24 anos. Desde que foi efetivado, há um ano, o rapaz tira o celular do bolso para anotar cada novo gasto. “O importante é ser metódico”, ele diz. Tiago criou um sistema de “subcontas”, em que divide o dinheiro em categorias como despesas recorrentes, futuras viagens, manutenção do carro e até presentes para a família.
O terceiro passo é criar um orçamento que priorize os objetivos estabelecidos. No caso de objetivos de curto prazo, o mais recomendado é mesmo uma caderneta de poupança. E, para os de longo prazo, é possível recorrer à previdência privada ou a títulos do Tesouro Direto. Mas, independentemente da fórmula escolhida, o importante, diz Domingos, é focar nas metas: “Ter objetivos é o grande antídoto para gastar menos com produtos e serviços que não são importantes.”
Fonte: Jornal Contábil

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Programa do TJ para consumidores endividados ajuda pessoas no DF.

Proposta já conduziu 100 negociações amigáveis desde janeiro.
Qualquer pessoa que esteja com débitos pode se inscrever.

  
O Programa de Prevenção e Tratamento de Consumidores Superendividados do Tribunal de Justiça do Distrito Federal já ajudou 700 pessoas e conduziu 100 negociações amigáveis de janeiro até 16 de junho de 2015.

O objetivo do programa é promover a prevenção, o tratamento e a resolução amigável de conflitos envolvendo consumidores em situação de endividamento crônico.

A forma de resolver a situação é a educação financeira. Os interessados vão aprender a pedir ajuda ao lápis, papel, calculadora e anotar todas as despesas.

Os participantes do programa também têm um acompanhamento psicológico. “O que a gente está discutindo aqui é que o consumo não vai ocupar o lugar dos afetos, não vai tornar você melhor. Não é a coisa, são as relações, os amores, as conquistas pessoais”, conta a psicóloga do programa.

Além da educação financeira e do apoio psicológico, os endividados também recebem apoio para quitar as dívidas.

Uma professora que não quis se identificar disse que ganha R$ 2 mil por mês e deve R$ 25 mil no cartão, em financiamento e empréstimos. “Chegou num ponto que eu não tinha mais como pagar aluguel, comprar roupa, até a comida ficou bem... Foi virando uma bola de neve”, conta.

Para participar do programa, o consumidor deve enviar um e-mail para conciliar@tjdft.jus.br ou comparecer a um dos centros judiciários do DF. É preciso mandar um resumo das dívidas que contraiu. Qualquer pessoa que esteja com débitos pode se inscrever.

Fonte: G1.Globo