quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Os sete 'pecados' que levam à inadimplência. Em minha opinião e pela minha experiência, eles podem ser resumidos a apena um, a Falta de educação Financeira. Todos os demais estão interligados e incluídos nela.

O número de consumidores que não pagaram as dívidas no prazo previsto em voltou a subir, segundo dados da Serasa Experian. O que mostra uma situação bastante preocupante. Mas, quais são os motivos que causam essa situação?

Abaixo os sete ‘pecados’ que levam os brasileiros a se endividarem e terem seus nomes negativados, segundo o Educador Financeiro, Reinaldo Domingos.

Falta de educação financeira: Sem possuir educação financeira, as pessoas que não conhecem sobre a importância do dinheiro e as formas corretas de utilizá-lo, assim, estão a um passo das dívidas. Isso acontece com a maior parte da população, pois, nem os pais, nem as escolas ensinam isso para as crianças e adolescentes e, depois que esses crescem, ficam expostos a sociedade de consumo, onde esse tipo de informação não é interessante. O caminho para sair desta situação é buscar cursos e livros sobre o tema. Também é fundamental a preocupação com as crianças, ensinando de forma lúdica sobre o tema e solicitando a inserção deste nas escolas.

Falta de planejamento: As pessoas não sabem para onde vai o dinheiro que recebem, e não possuem controle. Isso é reflexo direto do pecado anterior, as pessoas ganham e gastam sem controle nenhum ou com um controle superficial. Não se dando conta que o descontrole financeiro não acontece nos grandes gastos, mas, nos pequenos. Para evitar que isso ocorra o correto é o preenchimento de uma caderneta diária de todos os gastos, que chamamos de apontamento, e realizar uma planilha mensal por três meses. Conhecendo assim os seus verdadeiros números.

Marketing e publicidade: A suscetibilidade às ferramentas de marketing e publicidade faz com que as pessoas comprem o que elas não precisam. Isso acontece diariamente por meio de ações expostas na televisão, nas ruas, no trabalho. As mensagens são muitas e as pessoas passam a acreditar que parte do que é oferecido é realmente necessário. Assim o caminho para evitar esse problema é não comprar por impulso, o ideal é questionar na hora: Realmente preciso desse produto? Qual a função que terá na minha vida? Também é interessante deixar a compra para outro dia, quando terá refletido sobre se quer realmente o produto.

Crédito fácil: Buscar ferramentas de crédito fácil, como empréstimos, crediários, financiamentos, limite do cheque especial, pagar o mínimo de cartão de crédito já é uma forma de endividamento. O mercado oferece milhares de produtos de fácil acesso, contudo, os juros cobrados são abusivos e fazem com que a inadimplência se torne alta. Assim, a solução é evitar esses meios. No caso de cartão de crédito, o ideal é ter só um, e em caso de descontrole eliminar até mesmo esse. Também é interessante não ter limite de cheque especial e evitar os empréstimos e crediários.

Parcelamentos: Ao parcelar as compras as pessoas não percebem que já estão se endividando. Para piorar, muitas vezes o consumidor esquece-se de colocar esses valores no orçamento, tornando os parcelamentos em casos de inadimplências. Um parcelamento na verdade é uma forma de crédito, pois, você está usando um dinheiro que não possui para comprar um produto. Assim, para que não tenha problemas, esse não deve ocorrer. Caso seja fundamental, deverá constar no orçamento mensal da pessoa, que, sempre que receber seus rendimentos separará parte do valor para pagar essa dívida. Também é interessante ter uma poupança paralela, para que, em caso de imprevistos, tenha como arcar com esses valores.

Falta de sonhos: Não ter objetivo para o dinheiro causa inadimplência. Se a pessoa não tem determinado o objetivo para o dinheiro gastará de forma irresponsável, levando ao endividamento. Isso ocorre muito pela falta de capacidade das pessoas de sonharem, vivendo apenas o presente. Para sair deste problema é recomendável fazer um exercício simples, refletir sobre quais são realmente os seus sonhos, o que se quer para o futuro. Tendo isso estabelecido, deve cotar os valores e determinar parte de seu dinheiro, quando recebê-lo para esse fim. Com isso em mente será muito mais difícil cair nas armadilhas do consumismo e crédito fácil.

Necessidade de status social: Acreditar que consumir é importante para aceito socialmente faz com que as pessoas comprem sem ter condições. Isso porque acreditam que possuir alguma coisa é o que fará a diferença para os outros, e não o que ela realmente é. Isso é um valor errado de que ter produtos é sinônimo de felicidade. O consumo dessa maneira irá apenas suprir a dificuldade de relacionamento interpessoal. A solução para esta questão é ter objetivos claros, e perceber que é muito mais importante ter conteúdo do que ter produtos. Pode ter certeza, ler um livro vai lhe fazer muito melhor do que comprar compulsivamente.

Fonte: Uol
Paula Furlan, Na Pele do Consumidor