Quem entrou no vermelho em julho pagou em média taxa de 188% ao ano, alta de 3,3 pontos no mês
Em meio às restrições ao crédito, o brasileiro migra para linhas mais caras, como o cheque especial, e depara com taxas cada vez mais altas. Em julho, os juros dessa modalidade atingiram o patamar mais alto dos últimos 12 anos.
A média paga por quem ficou no vermelho chegou a uma taxa de 188% ao ano. Só no mês passado, a alta dessa taxa foi de 3,3 pontos percentuais, segundo divulgou ontem o Banco Central (BC).
Dados do BC mostram aumento superior a 15% na média diária de concessões no cheque especial em julho, na comparação com o mesmo mês de 2010. Buscar linhas com crédito mais facilitado como cheque especial e cartão de crédito foi a maneira encontrada pelas famílias com mais dívidas para passar pelo momento de aperto no crédito.
Inadimplência sobe
O maior endividamento com juros mais altos se refletiu na inadimplência, que subiu em julho. O calote das famílias aumentou 0,2 ponto percentual, fechando julho em 6,6%, o maior nível em 17 meses.
Para o BC, o calote deve se estabilizar nos próximos meses. "A nossa expectativa é de acomodação no movimento de alta da inadimplência, tendo em vista a continuidade de crescimento de emprego e massa salarial real", disse Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC.
Cautela
Especialistas recomendam cautela no uso do dinheiro em conta. O cheque especial só deve ser usado em prazo curto e em situação emergencial, segundo Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac (Associação dos Executivos de Finanças). Antes de optar por essa modalidade, o mutuário deve reduzir gastos desnecessários, diz.
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