quinta-feira, 3 de abril de 2014

Interesse de paulistanos por crédito cai 34,6% em março.

Preocupação com o emprego aparece entre os motivos da baixa do interesse. Foto: Stock Xchng
Depois de duas altas seguidas, o interesse dos moradores da capital paulista em contratar crédito caiu 34,6% em março em relação a fevereiro, atingindo o menor patamar de toda a série histórica iniciada em junho de 2012, com 18,9 pontos.
Em relação a março de 2013, houve queda de 21,6%, segundo a Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Vale lembrar que somente neste ano o juro básico da economia (taxa Selic) – que baliza as taxas dos empréstimos e financiamentos – avançou 0,75 ponto porcentual. Hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reune para decidir o novo juro, atualmente em 10,75%.
De acordo com a FecomercioSP, muitos motivos explicam a queda da intenção de tomar crédito. Entre eles, a perspectiva ruim de crescimento da economia brasileira, a apreensão sobre o futuro próximo do mercado de trabalho e os reflexos negativos provocados por eventuais gastos excessivos no fim do ano passado.
Em fevereiro, o indicador havia avançado 8,2% em relação a janeiro, mas a Federação observou que a tendência otimista não era evidente e corria-se o risco de os resultados favoráveis não terem força suficiente para frear o mau humor dos mercados financeiros.
Para os economistas, a perspectiva para o ano é de que haja aumento gradativo dos riscos e dos custos de captação, tornando improvável a expansão do crédito – exceto linhas muito específicas, entre elas a imobiliária. Mais riscos e mais custos deverão afastar os bancos privados do jogo, o que abrirá outra vez espaço para as instituições públicas, como já aconteceu em anos recentes.
Investimentos. Entre fevereiro e março, o Índice de Segurança de Crédito caiu 2,7%, influenciado pela redução da parcela dos paulistanos com algum tipo de aplicação, de 43,7% para 42,6% do total. A caderneta de poupança se manteve à frente dos demais investimentos na preferência desses aplicadores.

Mercado de crédito

Variação mensal da intenção de financiamento
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