segunda-feira, 27 de julho de 2015

Inflação e reajustes de tarifas públicas engolem salário da nova classe C.

Jovens enfrentam cenário bastante desfavorável pela primeira vez; gastos básicos chegam a responder por 80% dos ganhos.

O cenário de crédito escasso, inflação alta e reajustes significativos em tarifas públicas – como água e energia elétrica – vem mudando o estilo de vida da classe C. Acostumada a consumir em condições opostas às citadas, o que os fez subirem de patamar principalmente no período entre 2008 e 2010, a nova classe média agora se vê obrigada a pisar forte no freio.
Os dados que mostram uma economia débil fazem desta crise a mais grave desde que a classe C (famílias com renda familiar de até R$ 2,9 mil) passou a ser reconhecida. Por conta disso, a adaptação às reduções nos custos vem sendo mais penosa para os mais jovens, que começaram a ter de arcar com as despesas mais recentemente.
“Quem viveu a crise em 2008 já tem um histórico que possibilita aprender a se virar com mais facilidade. Hoje, quem está sentindo a crise com uma força muito maior são os jovens, mas eles também já estão aprendendo a lidar com a redução de custos e buscando fontes alternativas de renda”, explica o presidente do Data Popular, Renato Meirelles.
Um exemplo da mudança de hábito é Júlia Mariano, de 27 anos. Moradora de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, ela é cabelereira, mora com a única filha pequena e toca com o irmão um pequeno salão de beleza ao lado de casa. No entanto, sentindo os efeitos principalmente dos reajustes nas contas de água e energia elétrica, ela deixou a exclusividade do seu empreendimento e passou a fazer serviços avulsos para complementar a renda. “Só o salão não dá. Às vezes, quando aparece durante a semana, eu faço bicos de diarista”, contou.
Para Júlia, os reflexos da queda de 5% na massa de rendimento real do trabalhador nos últimos 12 meses vieram na forma das contas de água, luz e de supermercado. Com os seguidos reajustes nas tarifas, algumas contas chegaram a dobrar de valor. Como resultado, atualmente cerca de 80% de sua renda mensal é destinada para pagar despesas básicas, incluindo alimentação, e gastos pontuais com roupas. “Antigamente eu ia ao mercado com R$ 60 e comprava muita coisa. Hoje em dia, eu vou com R$ 200 e ainda falta”, diz. Além do aumento das despesas, Júlia passou a ter dois novos hábitos: muita pesquisa e mais pechincha.
O encolhimento do poder de compra da nova classe média e a maior consciência do consumidor refletem no resultado do comércio, que já fecha o quarto mês consecutivo em queda e apresenta retração de 4,5% na comparação de maio deste ano com o mesmo mês do ano passado, segundo o IBGE.
O segmento que puxou a nova baixa foi justamente a dos principais bens consumidos em exaustão pela chamada nova classe média no histórico recente. A última Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) mostrou uma queda recorde (-18,5%) para o mês na compra de móveis e eletrodomésticos. Até então, o pior fluxo de vendas da série histórica tinha sido em 2003 (-10,7%).
“A diminuição da renda e do crédito foram os principais fatores da queda, que tem um histórico positivo de vendas no período”, explica a gerente de Serviços e Comércio do IBGE, Juliana Vasconcellos. O feriado do Dia das Mães, lembra, não foi suficiente para garantir crescimento do setor.
Além disso, a pesquisa mostrou retração de 2,1% no volume de vendas do segmento de supermercados e produtos alimentícios. “Esse [segmento] é outro que serve como exemplo do forte impacto no poder de compra das famílias de menor renda”, diz a especialista.

Força de consumo que faz falta
Para pessoas como Júlia, idas ao shopping e ao supermercado ficaram mais criteriosas em função da pesquisa de preços, mas também são agora uma prática mais rara. Segundo estudo divulgado no início do mês pela Kantar Worldpanel Brazil, a classe C está indo duas vezes menos ao chamado "ponto de venda" (PDV) e reduziu o volume de consumo em 10% na comparação entre os primeiros trimestres deste ano e de 2014. Representando mais da metade da população brasileira, ela é a principal força responsável pela desaceleração do consumo. “Um impacto menor na Classe C, em comparação com outras classes, é mais representativo para a economia”, explica a diretora de contas do grupo, Aurélia Vicente.
Vão menos às compras, pechincham cada vez mais. No entanto, estão gastando um pouco mais – 1% ainda de acordo com o estudo. “O aumento nos gastos se deve exclusivamente pela alta de preços, que impacta mesmo com a redução no volume de compras e na frequência de ida [ao PDV]”, completa a especialista.


Fonte: Brasil Econômico
http://economia.ig.com.br/2015-07-24/inflacao-e-reajustes-de-tarifas

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Crise faz consumidor brasileiro fugir de empréstimos.

Segundo pesquisa realizada pela Acrefi/TNS, 84% dos consumidores não pretendem tomar crédito este ano

SÃO PAULO - Como reflexo da crise econômica que afeta o País, o consumidor brasileiro mostra sinais de que deve pregar cautela com as suas finanças pessoais. Segundo um levantamento da Acrefi/TNS Brasil sobre desempenho e perspectivas de consumo e crédito em 2015, 84% dos entrevistados afirmaram não ter pretensão de tomar empréstimos nos próximos meses.
O restante,  de acordo com a pesquisa, pretende adquirir crédito para comprar um carro (35%), comprar um imóvel (28%), pegar um empréstimo consignado (23%) e tomar crédito via Crédito Direto ao Consumidor (CDC) (34%).
A classe econômica que se mostrou mais inclinada, porém não menos cautelosa, a adquirir crédito foi a Alta, com 18% dos seus consumidores admitindo ter intenção de realizar um financiamento ainda este ano. Já a classe Baixa se mostrou ainda mais preservada, com 85% dos consumidores garantindo não ter planos para adquirir financiamentos.
Para Nicolas Tinga, economista-chefe da Acrefi/TNS, o consumidor está mais intelectualizado com as suas finanças, o que leva a ter mais cautela na hora de mexer com o seu orçamento. "Houve uma melhora gradual nesse processo. Ele [o consumidor] está mais preocupado em fechar o seu fluxo de caixa ao final do mês. É um reflexo de que ele está mais educado financeiramente", argumenta.
Oferta
Questionados sobre a oferta de crédito dos bancos, 66% dos consumidores acreditam que ela vai piorar ainda em 2015. Em abril, no último levantamento, o índice era de 62%. Já em 2014, apenas 24% estimavam piora nesse cenário.
Os juros altos também foram destacados como outro motivo para os consumidores não tomarem crédito. Para 77% deles, o custo do crédito vai aumentar até o fim do ano. Em abril, o índice era de 80%. No ano passado, 49% previam alta das taxas.
Dívidas
Ainda segundo o estudo, 68% dos consumidores brasileiros admitem ter dívidas. A maior parte delas é com cartão de crédito (75%). O restante é dividido entre carnês (29%), financiamento de carro (21%), financiamento imobiliário (18%), CDC (15%), leasing (3%) e outros (18%).
Fonte: DCI - Sammy Eduardo



quinta-feira, 23 de julho de 2015

34% dos consumidores têm renda comprometida com dívidas.

Otimismo em relação aos próximos 12 meses diminuiu.
O desemprego ainda é a principal causa da inadimplência para 31%.

O comprometimento da renda nos próximos meses atinge 34% dos consumidores, revela pesquisa Perfil do Consumidor Inadimplente, realizada no 2º trimestre de 2015 com cerca de 1.000 consumidores inadimplentes, que buscaram informações nos postos de atendimento da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Na comparação com a pesquisa anterior, do 1º trimestre de 2015, houve aumento de 12 pontos percentuais no comprometimento da renda.

Apesar de a maioria dos entrevistados (75%) estar otimista em relação aos próximos 12 meses, na comparação com o trimestre anterior, houve uma queda de 5 pontos percentuais e, quando comparado ao mesmo trimestre de 2014, a queda é ainda mais intensa (15 pontos percentuais).

Causas
O desemprego ainda é a principal causa da inadimplência para 31% dos consumidores. Em seguida, aparece o descontrole financeiro com 28% das menções, e o empréstimo do nome a terceiros (13%).

A aquisição de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos gerou a inadimplência para 22% dos entrevistados, seguido por aquisição de vestuário e calçados (18%) e alimentação (16%).

A forma de pagamento utilizada na compra que gerou a inadimplência foi o carnê ou boleto para 29% dos entrevistados, seguida de cartão de crédito (28%), cheque (14%), empréstimo pessoal (13%), cartão da loja (9%) e cheque especial (7%). Quanto ao valor, 30% dos consumidores disseram que a soma das dívidas em atraso é de até R$ 500, enquanto 38% têm entre R$ 500,01 e R$ 2.000 e 32% devem acima de R$ 2.000.
Intenção de compra
A pesquisa da Boa Vista SCPC revela queda na intenção dos consumidores em realizarem novas compras, após quitarem as dívidas: 21% pretendem realizar novas compras – redução de 7 pontos percentuais em comparação com o trimestre anterior - e 79% não pretendem realizar novas compras.

Após reabilitar o nome, os consumidores pretendem comprar, em primeiro lugar, um veículo (40%), seguido por um imóvel (16%) e móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos (9%).

A pesquisa também revelou que 59% dos consumidores têm como sonho a compra da casa própria. O carro aparece em 2º lugar com 22% das menções. Atualmente, apenas 14% dos consumidores estão preparados para realizar esse sonho, e 96% dizem que estarão preparados para realizá-lo no futuro.

Endividamento
A maioria dos entrevistados (75%) declarou possuir condições de pagar as dívidas vencidas e que geraram a restrição, 17% têm condições de pagar parte da dívida e 8% não têm condições de pagar. Dos que vão pagar totalmente, 63% irão regularizar a dívida de forma parcelada, dos quais 68% irão regularizar nos próximos 30 dias.

Quando perguntados sobre o nível de endividamento, 33% dos entrevistados se declararam pouco endividados, 25% muito endividados e 42% mais ou menos endividados.

A renda familiar dos consumidores está comprometida em até 25% com o pagamento de dívidas para 41% dos entrevistados, de 25% a 50% de comprometimento para 34% dos consumidores, e acima de 50% de comprometimento para 25% dos pesquisados.
A pesquisa apontou ainda queda de 26% para 20% na fatia dos consumidores que consideram pior a situação financeira neste 2º trimestre de 2015, enquanto 24% afirmaram que a situação está melhor. Em comparação ao ano anterior, 27% afirmam que as dívidas diminuíram, enquanto que para 40% continuam iguais e para 33% elas aumentaram. Analisando um espaço menor de tempo, na comparação com o mês anterior, as dívidas diminuíram para 24% dos entrevistados, continuam iguais para 50% e aumentaram para 26%.

Fonte: G1


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Brasileiros não estão conseguindo pagar a conta de agua e luz.

Água e Luz
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti., a situação da economia atinge cada vez mais a capacidade para quitar as pendências de contas básicas, como de água e luz. Prova disso é que ambos os setores lideram o avanço da inadimplência na comparação com junho do ano passado, com uma alta de15,61%. Já na variação mensal, o número de dívidas em atraso de Água e Luz registrou aumento de8,05% - bem acima da média de -0,86% de todos os setores.

O segundo maior crescimento na variação anual ficou por conta das pendências com Bancos (9,55%). Esse também é o setor credor que lidera a participação no total de dívidas em atraso, com 48,40% – quase metade do total.


Fonte: Economia SC


segunda-feira, 20 de julho de 2015

34% dos consumidores têm renda comprometida com dívidas.

Otimismo em relação aos próximos 12 meses diminuiu.
O desemprego ainda é a principal causa da inadimplência para 31%.

O comprometimento da renda nos próximos meses atinge 34% dos consumidores, revela pesquisa Perfil do Consumidor Inadimplente, realizada no 2º trimestre de 2015 com cerca de 1.000 consumidores inadimplentes, que buscaram informações nos postos de atendimento da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Na comparação com a pesquisa anterior, do 1º trimestre de 2015, houve aumento de 12 pontos percentuais no comprometimento da renda.

Apesar de a maioria dos entrevistados (75%) estar otimista em relação aos próximos 12 meses, na comparação com o trimestre anterior, houve uma queda de 5 pontos percentuais e, quando comparado ao mesmo trimestre de 2014, a queda é ainda mais intensa (15 pontos percentuais).

Causas
O desemprego ainda é a principal causa da inadimplência para 31% dos consumidores. Em seguida, aparece o descontrole financeiro com 28% das menções, e o empréstimo do nome a terceiros (13%).

A aquisição de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos gerou a inadimplência para 22% dos entrevistados, seguido por aquisição de vestuário e calçados (18%) e alimentação (16%).

A forma de pagamento utilizada na compra que gerou a inadimplência foi o carnê ou boleto para 29% dos entrevistados, seguida de cartão de crédito (28%), cheque (14%), empréstimo pessoal (13%), cartão da loja (9%) e cheque especial (7%). Quanto ao valor, 30% dos consumidores disseram que a soma das dívidas em atraso é de até R$ 500, enquanto 38% têm entre R$ 500,01 e R$ 2.000 e 32% devem acima de R$ 2.000.

Intenção de compra
A pesquisa da Boa Vista SCPC revela queda na intenção dos consumidores em realizarem novas compras, após quitarem as dívidas: 21% pretendem realizar novas compras – redução de 7 pontos percentuais em comparação com o trimestre anterior - e 79% não pretendem realizar novas compras.

Após reabilitar o nome, os consumidores pretendem comprar, em primeiro lugar, um veículo (40%), seguido por um imóvel (16%) e móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos (9%).

A pesquisa também revelou que 59% dos consumidores têm como sonho a compra da casa própria. O carro aparece em 2º lugar com 22% das menções. Atualmente, apenas 14% dos consumidores estão preparados para realizar esse sonho, e 96% dizem que estarão preparados para realizá-lo no futuro.

Endividamento
A maioria dos entrevistados (75%) declarou possuir condições de pagar as dívidas vencidas e que geraram a restrição, 17% têm condições de pagar parte da dívida e 8% não têm condições de pagar. Dos que vão pagar totalmente, 63% irão regularizar a dívida de forma parcelada, dos quais 68% irão regularizar nos próximos 30 dias.

Quando perguntados sobre o nível de endividamento, 33% dos entrevistados se declararam pouco endividados, 25% muito endividados e 42% mais ou menos endividados.

A renda familiar dos consumidores está comprometida em até 25% com o pagamento de dívidas para 41% dos entrevistados, de 25% a 50% de comprometimento para 34% dos consumidores, e acima de 50% de comprometimento para 25% dos pesquisados.
A pesquisa apontou ainda queda de 26% para 20% na fatia dos consumidores que consideram pior a situação financeira neste 2º trimestre de 2015, enquanto 24% afirmaram que a situação está melhor. Em comparação ao ano anterior, 27% afirmam que as dívidas diminuíram, enquanto que para 40% continuam iguais e para 33% elas aumentaram. Analisando um espaço menor de tempo, na comparação com o mês anterior, as dívidas diminuíram para 24% dos entrevistados, continuam iguais para 50% e aumentaram para 26%.

Fonte: G1