segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Como achar o seguro mais barato?


Apresar de o texto abaixo ser bem detalhado e explicativo, não se esqueça que o seguro é contratado para não se utilizado, mas caso você precise utilizá-lo, o pós-venda, assim como o auxilio a no trâmite de uma indenização por sinistro, são os fatores mais importantes a serem avaliados, antes mesmo do preço. E quem deve lhe auxiliar em todo este processo, é um corretor de seguros. Para evitar problemas, informe-se bem e pesquise bastante sobre este serviço, assim como a cobertura 24 horas e outros benefícios que normalmente as apólices têm. E não se esqueça de na cotação comparar produtos iguais até mesmos nos detalhes e benefícios. Francis Brode Hesse.

A internet já faz parte da vida dos brasileiros há quase duas décadas, mas só agora começa a chegar ao mundo dos seguros. Diversos sites lançados recentemente funcionam como corretoras on-line onde é possível comparar preços e contratar a apólice com o melhor custo-benefício. O principal filão explorado é o de seguros de veículos, ainda que, em alguns casos, também já seja possível contratar coberturas de vida, saúde, previdência, viagem e residência.

A grande vantagem do serviço é a praticidade. Em sites como Economize no Seguro, Smartia e Minuto Seguros, o usuário poderá obter cotações de até 14 diferentes seguradoras preenchendo apenas uma vez o formulário com as características do veículo e o perfil do proprietário. Em alguns casos, a melhor cotação já é apresentada em tempo real. A ferramenta permite que mesmo quem esteja com o seguro prestes a vencer faça rapidamente uma ampla pesquisa de preços, contrate o serviço e não fique nem um dia sem cobertura.

A importância de não renovar automaticamente o seguro que venceu ou comprar a primeira apólice oferecida sem pesquisar outras opções é enorme. Segundo uma reportagem publicada na Folha de S.Paulo no último domingo, os preços de um seguro similar podem variar até 396%. Especialistas em seguros ouvidos por EXAME.com explicam que essas diferenças são normais e refletem as políticas de risco de cada seguradora.

Para definir o preço de um seguro, uma empresa usa dados históricos que permitem avaliar qual é o risco de roubo ou acidente com um determinado veículo ou condutor. Para uma empresa, as estatísticas podem mostrar que a probabilidade de ocorrência de um sinistro é altíssima enquanto os bancos de dados de rivais não podem não ter registrados eventos negativos com tanta frequência. "Ao invés de simplesmente rejeitar a cobertura do veículo com alta probabilidade de sinistro, a política das seguradoras geralmente é a de jogar o preço da apólice lá para cima", diz Ilson Barcelos, sócio-diretor da Economize no Seguro. É por isso que, em uma simulação feita por EXAME.com, os valores pedidos pelas seguradoras para um mesmo veículo com um mesmo perfil de proprietário variaram entre 2.100 e 6.500 reais.

É importante notar que o uso da internet como meio de compra de seguros não deve levar a uma queda dos custos das apólices em si, uma vez os custos das corretoras on-line são tão ou mais elevados que os dos concorrentes com lojas físicas. Os sites dizem trabalhar com as comissões normais do mercado brasileiro, que giram entre 10% e 15 do valor dos prêmios. Para atraírem tráfego, esses sites compram palavras-chave no Google. Nos Estados Unidos, a cada vez que um internauta clica no anúncio de uma seguradora publicado junto a uma busca pela palavra "insurance", a empresa pode ser obrigada a pagar até 43 dólares. No Brasil, o mesmo serviço custa até 3 reais, um valor que ainda pode ser considerado elevado frente à média do país. Considerando que muita gente clica num anúncio e não compra nada, chega-se à conclusão que as despesas com marketing das corretoras acabam sendo bem altas.

Se a internet não reduziu os custos das seguradoras, como os clientes conseguem um melhor custo ao comprar on-line? A principal razão é a facilidade de comparação. Os sites permitem encontrar rapidamente o seguro mais barato do mercado brasileiro. Um corretor poderia levar horas consultando um a um os preços cobrados pelas seguradoras para chegar à mesma conclusão. Os sites também dizem não apresentar respostas enviesadas. "Mostramos todas as cotações", diz Rodrigo Caixeta, CEO da Smartia. "Não existe o problema de o corretor indicar determinado serviço porque é aquele que lhe paga a maior comissão."

Quem acumulou bônus porque não acionou o seguro contratado nenhuma vez nos últimos anos também pode se beneficiar. Ao substituir a empresa que fornece o serviço, o motorista pode levar os bônus e obter descontos também junto à nova seguradora.

Complexidades.
Comparar os preços de seguros pela internet não é tão trivial quanto encontrar a televisão com o valor mais interessante. Na simulação realizada, EXAME.com também verificou a eficiência dos serviços oferecidos pelos sites Economize no Seguro, Smartia e Minuto Seguros. Veja abaixo os prós e contras de cada um:

Site Pontos fortes Pontos fracos

Economize no Seguro
Tem parceria com o maior número de seguradoras (14). Apresentou os menores preços nas simulações realizadas por EXAME.com. Está no ar há mais tempo - logo, é mais estável. Vende outros tipos de seguros, e não apenas de veículos.

É possível identificar qual é a melhor proposta de preço, mas, para chegar ao melhor custo-benefício, é preciso conversar com algum corretor e pedir explicações sobre os termos utilizados. O site não envia todas as propostas das seguradoras porque bloqueia as piores.

Smartia.
Os preços são apresentados na hora. Não é preciso esperar o corretor enviar por e-mail as propostas. O Smartia tem feito um investimento para estar presente e vender seguros nos principais sites de comércio eletrônico de carros do Brasil.

Nas simulações realizadas por EXAME.com, não apresentou os menores preços. Realiza cotações junto a apenas três seguradoras, mas planeja elevar esse número para cinco até o final de fevereiro.

Minuto Seguros
Apresenta ao usuário diversas opções de apólice de uma mesma seguradora. Isso torna mais fácil escolher o seguro certo para seu perfil e fechar a compra on-line, sem uma conversa com um corretor. As informações são apresentadas de forma inteligível mesmo para leigos. Promete colocar em breve funcionários à disposição 24 horas por dia para auxiliar o cliente em caso de sinistro.

As respostas à simulação de uma cotação demoraram a chegar. Apresentou os maiores preços nas simulações realizadas. Por enquanto, só vende seguros de veículos. Tem parceria com sete seguradoras, mas manda quatro ou cinco propostas ao cliente.

O alcance dessas empresas ainda é irrisório se comparado ao tamanho do mercado. No ar desde 2007, o site Economize no Seguro vende cerca de mil apólices de veículos por mês e fatura ao redor de 1,5 milhão de reais pelo serviço. As vendas da Smartia e do Minuto Seguros são menores, já que ambos foram colocados no ar há poucos meses. Comparado com a Inglaterra, onde 50% das apólices são vendidas on-line, o Brasil ainda engatinha nesse segmento.

A grande dificuldade em vender um seguro de carro sem a presença de um corretor são as necessidades particulares de cada cliente. As apólices não são padronizadas. Os preços variam de acordo com o sexo, a idade, o CEP de residência e dezenas de outras informações pessoais do proprietário. As políticas de marketing das empresas também são discrepantes. Algumas seguradoras oferecem serviços mais simples com o objetivo de fisgar clientes com os melhores preços. Esse é o caso da Zurich, Azul, Tokio Marine e HDI, que em geral oferecem um pacote básico de seguro só com assistência 24 horas, guincho limitado a determinadas distâncias da cidade de origem e borracheiro.

Já Bradesco e Itaú atuariam em um segmento médio do mercado, que costuma incluir também carro reserva por uma ou duas semanas e mais alguns serviços para o veículo. As seguradoras tidas no mercado como premium são a Porto Seguro, a Chubb e a SulAmérica. Essas empresas costumam cobrar mais por serviços que vão além das necessidades de um motorista. O dono de uma apólice pode solicitar, por exemplo, suporte técnico para produtos de informática, descontos em academia, conserto de máquina de lavar roupa ou instalação de uma prateleira na residência acionando o seguro - e sem pagar à parte por cada serviço.

Como o número de decisões que o cliente tomará é grande, acaba sendo mais fácil identificar qual é o seguro mais barato do que tirar a conclusão sobre qual tem o melhor custo-benefício. Mesmo comparando apólices parecidas, ainda há nuances que devem ser consideradas na contratação de um seguro de carro. Alguém que viaja muito deveria ter assistência de guincho não limitada a um raio de 100 ou 200 km. O seguro de um taxista deve ter uma cobertura para lucros cessantes que garantiria uma renda a sua família em caso de acidente que o impeça de trabalhar por algumas semanas.

Infelizmente nem sempre os consumidores se atentam a todos esses fatores antes de contratar uma empresa. "O preço é o fator mais relevante na hora de o cliente decidir por um ou outro seguro", diz Rodrigo Caixeta, CEO da Smartia. "Em seguida, vem a marca em que o cliente mais confia e só depois aparecem as coberturas incluídas na apólice."

Parte dos esforços dos sites de comércio eletrônico para explicar exatamente o que está sendo vendido consiste em traduzir o linguajar técnico comum ao mundo das seguradoras para o usuário final. Termos como "prêmio", "sinistro", "apólice" e "franquia" podem ser substituídos por palavras mais amigáveis e próximas aos consumidores nas propostas enviadas por e-mail. "Tentamos apresentar algo extremamente didático, em português e não em "segurês". Só assim a pessoa vai entender o que está comprando", diz Marcelo Blay, CEO da Minuto Seguros.

Assistência.
Outra preocupação das corretoras on-line é garantir que o cliente tenha algum tipo de auxílio para receber o dinheiro da seguradora em caso de sinistro. Segundo uma pesquisa da consultoria McKinsey realizada a pedido da Minuto Seguros, 50% dos brasileiros dizem estar dispostos a comprar seguros pela internet. Prestar um serviço de pós-venda e ajudar os clientes na hora do desespero é tanto uma forma de superar o preconceito com as corretoras on-line quanto uma maneira interessante de fidelizar os consumidores.

O corretor pode ser tão importante no trâmite de uma indenização por sinistro que a legislação brasileira impede que as apólices sejam vendidas diretamente pelas seguradoras. Os sites, no entanto, lembram que a solução definitiva dos problemas sempre vai depender das seguradoras, que são as responsáveis pela liberação do dinheiro das indenizações. O que os corretores on-line costumam fazer é se prontificar a dar auxílio ao cliente em caso de problemas no trâmite do processo.

Nem sempre isso é possível. Os sites ainda não possuem, por exemplo, serviços de assistência 24 horas ao cliente em casos de sinistro. Se alguém precisar de uma ajuda de emergência durante o final de semana, pode ser obrigado a esperar até o dia útil seguinte para tirar dúvidas ou solicitar o auxílio do corretor. Os sites dizem que em breve montarão estruturas de assistência 24 horas. Outro atenuante é que esse não é um problema exclusivo das corretoras on-line e pode acontecer também com várias empresas com sede e estrutura física.

Fonte: CQCS – Centro de Qualificação do Corretor de Seguros